Renato admite grupo curto para três frentes do Grêmio e terá semana para administrar desgaste

Técnico diz que “não tem grupo para disputar três competições” e pede para que não esperem futebol bonito. Jogo com o Criciúma foi adiado e dá tempo para minimizar cansaço

O evidente desgaste do Grêmio no empate contra o Operário-PR, pela Copa do Brasil, fez o técnico Renato Portaluppi admitir que o elenco é insuficiente para disputar no mesmo nível os três campeonatos. Com jogos a cada três dias até agora, a equipe convive com desfalques e buscar soluções internas até a janela de transferências, quando o clube planeja fazer mais investimentos.

Com o adiamento do jogo com o Criciúma, que seria domingo, o treinador “ganhou” uma semana de descanso, embora o motivo ruim com todo o desastre climático no Rio Grande do Sul. O próximo jogo será contra o Huachipato, na quarta, no Chile, pela Conmebol Libertadores.

Não é de agora que o técnico alega dificuldades pelo desgaste. Por isso, alterna força máxima ou um time misto com preservações. Mas na terça-feira, após o empate em Ponta Grossa, falou pela primeira vez mais diretamente sobre o elenco ser insuficiente.

– Não temos um grupo para disputar três competições ao mesmo tempo do jeito que estamos, e olha que nosso grupo é bom. É difícil disputar três competições no nível que viemos. É óbvio que o desgaste é grande. Temos dormido dentro de avião e hotel, longe das famílias. Não esperem futebol bonito nos próximos jogos, é impossível – disse o treinador.

O elenco profissional conta atualmente com 35 jogadores, contando com Zé Guilherme e Wesley, que oficialmente pertencem ao sub-20, mas estão integrados por conta das lesões de Reinaldo e Mayk. Deste total, quatro são goleiros e sete estão no departamento médico.

O número de atletas lesionados pode aumentar, pois o clube ainda não divulgou uma atualização da situação de Gustavo Martins, que deixou a última partida com problema na coxa esquerda. Renato chegou a falar em estiramento após o empate com o Operário.

Lesionados do Grêmio:

Zagueiros: Geromel e Gustavo Martins (a confirmar)
Laterais: Mayk e Reinaldo
Meias: Mila
Atacantes: Jhonata Robert, André Henrique e Pavon
Além dos que estão fora por problemas físicos, outros dois jogadores têm sido muito pouco utilizados em 2024: Lucas Besozzi e Nathan. Com empréstimo até o meio do ano, o argentino atuou em apenas oito jogos e soma 191 minutos jogados no ano.

O meia jogou menos partidas, mas tem uma minutagem maior. Nathan jogou sete jogos na temporada, mas são 367 minutos em campo. Nenhum deles fez gol ou deu assistência até o momento.

– Mesmo sendo muito sincero, não dá para punir o Renato por essa declaração, porque é uma verdade. O Grêmio neste momento não tem um elenco que possa brigar em igualdade de condições com alguns rivais do futebol brasileiro em todas as competições – opinou Rodrigo Coutinho, comentarista do Sportv.

Grêmio sondou Rony

No dia 19 de abril, último dia da janela dos estaduais, o Grêmio fechou o elenco para esse primeiro semestre com as chegadas de Rafael Cabral e Edenilson. Mas mesmo assim, o calendário apertado tem mostrado que o elenco gremista não tem sido capaz de suportar o ritmo de jogos.

Nesta janela, a direção gremista sondou Rony, do Palmeiras. Mas o clube paulista não apresentou interesse em abrir negócio. Por outro lado, o Grêmio pode manter o atacante no radar e voltar a fazer contato no meio do ano. O atacante foi um pedido de Renato.

O departamento de futebol também tentou reforçar a defesa, um dos setores mais carentes da equipe. O clube tinha um acerto com Jemerson, do Atlético-MG, mas nas últimas horas o Galo desistiu do negócio e o Grêmio precisou adiar a chegada de um zagueiro.

– É algo muito difícil (disputar as três competições), muito massacrante para elencos que tem mais qualidade que o do Grêmio, mais opções. Que dirá o elenco gremista. Não é um elenco fraco, mas tem suas lacunas e pontos a serem melhorados pela diretoria – completou Coutinho.

Até julho, quando abre a janela de transferências, o técnico gremista vai ter que se virar com o que tem e buscar soluções dentro do próprio elenco. A base pode ser um desses recursos para tentar se manter, no mínimo, competitivo nas três competições que disputa.

By Vinicíus Santarém

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