Pacientes e parentes de vítimas acusam médico do RS de cometer erros grosseiros em cirurgias

João Couto Neto, de 46 anos, que se apresenta como especialista em vídeocirurgias, é investigado pela morte de 24 pacientes. Trinta vítimas foram reunidas pelo Fantástico, e os relatos são de indignação e muito sofrimento.

O médico João Couto Neto, de 46 anos, que se apresenta como especialista em vídeocirurgias, está sendo investigado pela polícia por ter causado a morte de 23 pacientes e deixado sequelas graves em outras dezenas de pessoas.

João tem uma clínica em Novo Hamburgo, município com cerca de 247 mil habitantes na região metropolitana de Porto Alegre. O Fantástico reuniu 30 pessoas que foram operadas por João, ou perderam parentes. Elas contam detalhes dos procedimentos realizados pelo médico.

Formado há 20 anos, João se apresenta como especialista em cirurgias do aparelho digestivo e vídeocirurgias. Ganhou fama há 5 anos quando retirou 500 pedras da vesícula de um paciente. Profissionais que trabalharam com ele o descrevem assim:

“A gente tinha pânico dele. Ele é um homem arrogante. Era ele que mandava e ponto final. Ele jogava tesouras nas colegas, ele jogava pinça nas colegas. O hospital estava ciente de tudo isso”, diz uma enfermeira que não quis ser identificada.
A Mayara Rocha fala do sofrimento depois de uma cirurgia ginecológica, em 2020.

“Ele perfurou o intestino. Verificou que perfurou e não fechou. Entrei em coma, fui para UTI. Tive infecção generalizada’, conta.
Em 2015, o Robson Fragoso quase morreu também.

“A minha hérnia era uma cirurgia até pequena. De caso estético, e ele perfurou minha aorta abdominal”, conta.
Por aplicativo de mensagem, João Couto sugeriu que a equipe do Fantástico procurasse o advogado dele, e disse que está passando por um sofrimento inimaginável.

O advogado informou que o cirurgião não gravaria entrevista e mandou uma nota. Nela, o advogado diz que “não teve acesso a todo conteúdo do inquérito e qualquer manifestação nesta hora seria precipitada”. A defesa de João Couto disse ainda que “tem plena certeza de que os fatos serão devidamente esclarecidos, comprovando-se a completa correção nos procedimentos adotados pelo médico.

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